Mas ele levou-me pela sua mão suada e dispensou outra companhia. O vestido que eu havia prometido à minha mãe nunca sujar arrastava-se, ferido, pela calçada imunda. O fotógrafo já estava enfadado porque ainda tinha mais três casamentos para fazer e nenhum carro para transitar entre eles. Entre os três, não achámos um cenário mais bonito que uma montra de sevilhanas para fazer as nossas fotos - como se os folhos e algum sapateado pudessem encher uma imagem de algum fulgor. Não era com isto que tinha sonhado uns dezoito anos da minha vida mas nunca ninguém me tinha ensinado a dizer que não. Era o dia do meu casamento e só se falava em poupar. Só me restava encolher os ombros e pensar na outra: uma lua de mel em casa é melhor que um coração para sempre estropiado.
24 novembro 2009
#8
Mas ele levou-me pela sua mão suada e dispensou outra companhia. O vestido que eu havia prometido à minha mãe nunca sujar arrastava-se, ferido, pela calçada imunda. O fotógrafo já estava enfadado porque ainda tinha mais três casamentos para fazer e nenhum carro para transitar entre eles. Entre os três, não achámos um cenário mais bonito que uma montra de sevilhanas para fazer as nossas fotos - como se os folhos e algum sapateado pudessem encher uma imagem de algum fulgor. Não era com isto que tinha sonhado uns dezoito anos da minha vida mas nunca ninguém me tinha ensinado a dizer que não. Era o dia do meu casamento e só se falava em poupar. Só me restava encolher os ombros e pensar na outra: uma lua de mel em casa é melhor que um coração para sempre estropiado.
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